"Trabalhar empobrece, enfraquece e envelhece".
A afirmação, tão direta e lacônica, me pegou de surpresa. Em sua homenagem então, decidi que usarei os 30 dias que ganhei para "rejuvenescer".
Férias, amigos. Enfim férias!!!
P.S.: Alguma dica?
Talvez a frase mais conhecida de Marx seja “a religião é o ópio do povo”. Ele disse isso. Mas disse mais que isso. E tirar essa frase de contexto devia ser um crime lesa-pátria (ou "lesa-humanidade"). O trecho completo é bem mais rico e diz, entre outras coisas, que a religião é o coração de um mundo sem coração.
Ademais, repete-se essa frase sem a real consciência do que seja esse tal de ópio. Ópio é uma droga que anestesia a dor. A crítica de Marx se baseava nisso: a religião distrai, pacifica os oprimidos, faz com que os explorados acreditem que o sofrimento terá um recompensa futura. Inibe os homens de brigar pela justiça.
Nesse ponto, minha experiência religiosa me faz discordar frontalmente de Marx. Aliás, as práticas religiosas da igreja latinoamericana bastariam para desmoralizar essa crítica marxista. Contudo, sei que, fora das experiências libertadoras deste continente, a crítica do comunista faz muito sentido.
Mas sem aprofundar na crítica marxista, porque não sou, nem de longe, um conhecedor do tema, queria apenas trazer aqui o contexto em que a tão famosa frase foi dita. Ei-la em sua completude:
A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de situações desalmadas. A religião é o ópio do povo.
Aqui, o texto completo de onde se tirou a frase acima: http://migre.me/3Og1G
E aqui, um artigo bem interessante sobre a questão. Quando o li, este texto já estava praticamente fechado, mas me ajudou a solidificar algumas posições: http://migre.me/3OfZq
Na verdade, um comentário do Calino, no tal post, foi o que me despertou para uma coisa: os maiores revolucionários que já pisaram nesta Terra, de Cristo a Guevara, passando por Francisco de Assis e Mahatma Gandhi, pregavam uma revolução muito simples – a do Amor.
Acima dos dogmas religiosos, ideológicos ou culturais, o que une todas essas figuras emblemáticas é justamente a vontade de construir uma sociedade do bem comum, do fazer o bem sem olhar a quem, do amai ao próximo como a si mesmo.
Não foi Jesus Cristo quem pregou que o maior mandamento era o amor? Gandhi não declarou que não existia nada mais importante que o calor do coração? Francisco, o pequeno gigante de Assis, não dedicou sua vida inteira a isso?
E chegamos a Che, o guerreiro, o revolucionário, homem forte, líder de uma legião de jovens idealistas. O que foi que ele disse? O que pregou? Nada menos que isso: “Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionario é movido por grandes sentimentos de amor”.
Amar, essa é a revolução. Amor, pois, não é só um sentimento. É uma ação. Amor é prática, minha gente. E é essa prática, e somente ela, que pode realmente mudar o mundo. Parece piegas, mas essa me parece ser a verdade fundamental (a minha, ao menos).