22/03/2010

A velhinha antenada e a velha questão que não cala...

"Esse negócio de 'por amor à arte' não entra na minha cabeça"

Ouvi isso de uma senhora (sim, uma senhora!) enquanto esperava o ônibus para o trabalho, depois de uma breve conversa sobre a escolha da minha profissão.
Ela, minha vizinha há 22 anos, "podia jurar" que eu seria engenheiro. Ou, quem sabe?, seguiria trabalhando na CSN, até me aposentar.
Havia um nítido ar de decepção quando percebeu que eu queria MESMO ser jornalista.

"Mas ganha tão pouco, meu filho"

Foi quase um puxão de orelhas. Argumento que toda profissão tem seus ônus e bônus. Que fiz a escolha certa. Que estou fazendo o que amo (e isso tem um preço). Que estou feliz. Que... Que... Que!
Imagine eu, que tanto brigo com a matemática, a física, e seus derivados, um engenheiro? Ela teve que concordar comigo: não seria bom para o mundo.

"Tudo bem, mas ainda não me conformo. Quem estuda muito deveria ganhar muito"

Meus argumentos morrem. Aceito a indignação e, no silêncio, reflito.
É, vai ver ela está com a razão...