19/05/2009

Acessibilidade Já! (A lição de Yuka)

O fim de semana passou, mas esse foi um daqueles 'fins-de-semana' que não acabam neles mesmos, que ainda vão dar muito o que falar...

Sábado teve o Fórum Municipal da Juventude. Evento massa organizado pela Coordenadoria da Juventude (quem???). O evento discutiu uma série de questões referentes à políticas públicas para a juventude. As discussões foram de alto nível.
Realmente tudo muito interessante. Espero que (dessa vez) as propostas sejam implementadas (ao contrário do I Fórum, que morreu ali msm)


Bom, e o Yuka com isso?

Marcelo Yuka é o ex-baterista d'O Rappa. Ativista social, ele foi o principal atração do Fórum. Seu rosto estava estampado em todos os cartazes. Seu nome figurava em todos os jornais. Pena que se esqueceram de uma palavra muito simples, mas muito importante: ACESSIBILIDADE.
Yuka, que é cadeirante desde que levou nove tiros, viveu um verdadeiro drama em nossa cidade: rodou, rodou, rodou e não cosneguiu encontrar um hotel que pudesse hospedá-lo. Isso mesmo, você não entendeu errado:



NENHUM HOTEL EM VOLTA REDONDA POSSUI ACESSIBILIDADE.

Ele teve que se hospedar em Barra Mansa, pois não há em nossa cidade, nenhum local que ofereça condições para um portador de necessidades especiais de hospedar.
Como se não bastasse isso, quando Yuka chegou ao João XXIII (onde aconteceu o Fórum), não havia como ele subir ao palco do auditório... Absurdo!!!! Foi uma situação constrangedora e humilhante.

Fiquei revoltado com a falta de organização da organização (?) do evento. Quando pensaram em chamá-lo deviam ter pensado nisso. Deviam ter se preparar para receber o cara. Não pode um fórum que discute "Políticas Públicas" não garantir o mínimo de acessibilidade à seus convidados.
Mas o Yuka falou algo que me fez pensar - ele foi embora no sábado, mas e quem mora aqui? E aquelas pessoas que precisam se locomover com a ajuda de um cadeira de rodas, de uma muleta? Isso é o que verdadeiramente me revolta.


Não sei o que vou fazer, mas quero fazer algo. Não é possível que seja negado o "ir e vir" à essas pessoas. É um direito básico que está sendo desrespeitado. Até quando?
Conversei com o vice-prefeito no próprio sábado. Nelsinho foi um pouco evasivo e disse que vai levar o problema pra frente.
Não duvido, mas também não quero esperar mais sentado para que as autoridades resolvam fazer algo.
Juro que não sei direito ainda o que podemos fazer, apenas estou despejando aqui meu desabafo, tudo o que estou sentindo.


Espero poder sensibilizar outras pessoas também para que possamos pensar em algo URGENTEMENTE para resolver esse problema.
É um problemão, que não percebemos porque não vivenciamos na pele. Mas imagina você ser impedido de ir à rua, de entrar num colégio, dormir num hotel? Imagina ter que ser carregado no colo pra usar um banheiro?
Verdadeiramente, ninguém merece!!!


"A falta de acessibilidade de Volta Redonda mostra o desrespeito com quem precisa de um pouco mais de ajuda. Isso é muito grave!"
(Marcelo Yuka)

12/05/2009

Rir ou chorar?

Tem algumas coisas que a gente lê... fica dificil de acreditar.

Olha essa de um leitor d'O Globo:

O assunto era a festa folclórica de Parintins, que ameaça ser adiada por conta das enchentes (que já desabrigaram milhares). No texto o autor cita as "agremiações" Boi garantido e Boi Caprichoso, que são as principais atrações da "Festa do Boi".
Em tempo: são grupos folclóricos, com alegorias e fantasias, tal qual o Carnaval Carioca. Ou seja, os "bois" são alegorias, fantasias, bonecos...

Enfim, olha o comentário do leitor (preferi nem reproduzir o nome do cabeção):

Infelismente estou torcendo bastante para que chova muito mesmo, se for para o bem dos Bois,que sofrem verdadeira Barbárie causadas p/seres Humanos. Tudo que este povo do Norte/Nordeste etc, estão passando não é em vão, o que eles fazem c/os Animais é desumano

Meu Deus!!!! Ignorância? Preconceito?

Fala aí:
a gente ri ou a gente chora?

Política Moral

Luciano é um amigo da faculdade.
Grande cara: jornalista, flamenguista, anarquista!
(Petista?)

Achei esse texto dele brilhante. Ainda que eu questione alguns pontos específicos (afinal se não questionasse, não seria eu - rs), gostei bastante. Uma visão muito interessante!
Brinquei dizendo que nunca fui anarquista, mas depois de ler o texto até me deu vontade de ser, rsrsrs

Confiram...


Política Moral

Poder é algo que pertence a todo e qualquer ser humano. Sendo assim, todos podem fazer a sua parte sem precisar fazer política.

Todo cidadão tem o pleno direito de exercer o seu papel na sociedade de forma consciente e de acordo com as aptidões que possui. A sociedade é uma constante interação onde uns dependem dos outros. Essa interação entre homem e sociedade deveria se constituir numa ajuda mútua. Se cada um procurasse exercer o seu papel de forma correta, ciente de suas próprias responsabilidades sociais, a política ficaria em segundo plano. O nosso meio social já se constitui numa política em si, nós somos os principais agentes, os únicos capazes de modificar toda e qualquer estrutura, inclusive a nossa própria.

O ser humano é político do seu mundo, o planeta é dele. O mundo é nosso. Devemos preservar o lugar no qual habitamos, só assim poderemos usufruir de tudo que ele nos oferece de bom.

Além de se constituir em mentira das mais cabeludas, a política carnal demonstra o quanto o homem é mesquinho, orgulhoso e ambicioso. O desejo de se tornar melhor e mais poderoso do que o outro faz com que ele sinta a necessidade de mandar, exigir, mentir, destruir, roubar, pecar e até matar. Tudo isso é uma verdadeira corrente onde vários outros aspectos negativos se entrelaçam, surgindo desavenças sociais que tanto afligem e prejudicam os homens, inclusive os próprios "políticos". Ninguém possui autoridade para governar sozinho um país, uma cidade ou seja lá o que for, porque todos nós somos e todos nós podemos. Todo mundo é artista, façamos a nossa arte.

A melhor política é aquela que visa a transformação do nosso interior. Renovando a alma, renova-se o mundo. Renovando-se o mundo, renova-se a vida. Exercendo a política da alma, o homem eleva o seu nível moral e passa a enxergar e a enxergar tudo por um prisma mais humano. Ele percebe que o mundo é seu.

Política destrói, liberdade constrói.

Antes que alguém me critique: sim, eu queria ter ido em Woodstock.


Luciano Neto



Mais em: recantodasletras.uol.com.br/autores/sombradaluz

06/05/2009

Um segundo de liberdade: a máscara deposta...

Bom mesmo é ir a luta com determinação,
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E a vida é MUITO para ser insignificante!


Muito tempo que não escrevo neste espaço. E confesso que isso me faz falta.
Não escrever. Afinal, escrevo todo dia. E escrevo muito! Sobre milhares de coisas, uma infinidade de assuntos, dezenas de personagens... sou jornalista.
Mas estava com saudade de ser o Jader. Só o Jader. Sem nenhuma máscara de “imparcialidade” ou “transparência”. Estava com saudade de escrever só pra dizer o que eu penso. Só pras pessoas que eu gosto, que gostam de me ler, que gostam de mim (ou não, que fique claro, rs).
Agora, com uma folga de cinco minutos, entre o almoço e a volta ao batente, resolvi postar aqui. Só pra dizer ‘oi’ mesmo. Só pra falar de algo que me bateu muito forte hoje, e pode ser transcrito na citação de Charles Chaplin que fiz acima.

Um amigo me mandou um email. Sinceramente não sei o que ele queria com seu ‘desabafo’. Mas se era questionar e me confundir... Marcão, você conseguiu!
Mas da breve confusão, saiu uma certeza: sou muito feliz naquilo que faço.
É bom descobrir isso. Que aquilo que você faz, o modo com que você vive, lhe conduz à felicidade. Percebi que estou muito satisfeito com o que faço: na faculdade, no serviço, na igreja, em casa...
Parafraseando o Pe. Zezinho, grande poeta desse meu país, ‘minha vida é um grande campo de trigo com algumas ilhas de joio no meio’. Pra quem não entende da parábola bíblica, explico (rs): o saldo das minhas experiências de vida é positivo. Muito mais coisa boa do que infelicidade.

Por que estou dizendo isso agora? O que você tem a ver com isso? Não sei. Sinceramente. Só fiquei com vontade de dizer isso. Sem nenhuma pretensão, sem nenhum objetivo. Pelo simples prazer de externar o que sinto. Pelo simples prazer de poder ser o Jader, por cinco minutos, antes de voltar a se transformar no jornalista: livre, isento, imparcial.

Bem, agora me despeço. Até a próxima.
O tempo estourou e preciso voltar a vestir a máscara.