26/04/2013

Posso me identificar?


Há 10 anos, abril de 2003, quatro jovens foram executados no Morro do Borel. Os autores dos disparos, que atingiram as costas e as nucas das vítimas, foram policiais militares. Não há pena de morte instituída no Brasil; a execução de qualquer indivíduo, mesmo aqueles à margem da lei, é criminosa e indefensável. Mas neste caso vale destacar o perfil dos mortos, até para sublinhar o tamanho da tragédia: um era taxista; o outro, pedreiro; um terceiro, estudante; e o quarto sequer morava no Brasil, estava no Rio apenas para o alistamento militar obrigatório. Nenhum dos quatro era ligado às atividades do tráfico. Morreram sem poder se identificar.

02/04/2013

"Eu não tenho soluções. Eu só tenho opiniões"

Li duas entrevistas no início dessa semana que gostaria compartilhar. Uma lá da década de 70, com o grande Dom Helder Câmara, uma das vozes mais agudas em favor dos pobres e dos direitos humanos na história deste país; outra, mais recente, com a secretária de planejamento da prefeitura de São Paulo, Leda Paulani, em que ela dá uma grande esperança aos que acreditam em um Estado que (re) assuma seu papel de ordenador dos espaços públicos, para que sejam justos e igualitários. Ambas são longas e densas, e não têm necessariamente relação - ainda que dê pra fazer paralelos aqui e ali. Apenas li e fiquei com uma vontade imensa de indicar, compartilhar, discutir.

* o título do post, por falta de criatividade deste que vos escreve, é tirado da entrevista de Dom Helder.

11/03/2013

Religião libertadora

É engraçado, mas todas as vezes que vou à Volta Redonda, o meu lugar, tenho a vontade de postar um trecho de uma canção religiosa em algum dos meus perfis nas redes sociais. Chego na casa de meus pais, abro o velho livro, já um pouco surrado, dos cânticos que entoávamos em uma época não tão distante, e fico escolhendo canções para recordar; cantarolo uma, redescubro outra e sempre me maravilho com a beleza, a riqueza e a força do que cantava.

23/01/2013

Malária (vídeo)

Não sei como fui parar nesse vídeo. Tem dessas coisas a internet, né? Só sei que é uma das coisas mais espetaculares que já vi - e não estou exagerando. Talvez alguém aqui me corrija e envie uma dezena destes (adoraria ver!). Mas achei tão original, tão bem feito, tão impecável, que senti a necessidade de compartilhar aqui e espalhar com quem mais queira apreciar [e se chegou até aqui, veja. e espalhe!]

p.s.: e dá um orgulho besta de saber que... é do Brasil!!! Especificamente, é de Edson Oda. Parabéns pra ele, que tenha vida longa e nos brinde com outras joias.

08/01/2013

Feliz Carnaval!

A rainha das Rainhas no "comando" da sua Furiosa

O ano começou e, faltando só um mês para a festa do momo, eu não poderia fugir à tradição e trago nas próximas linhas minhas impressões e palpites para o carnaval carioca deste ano. Todos sabem do quanto amo a festa. Este ano vou estrear na avenida – e logo na escola de Noel. Noel, Martinho e, agora, Sabrina. Salve, Vila Isabel!

27/12/2012

Retrospecto - Se chorei ou se sorri...

Em meu último post, já havia feito uma despedida, acreditando, pelo meu próprio retrospecto, que não voltaria aqui antes do fim do ano. Mas voltei. Metamorfose ambulante, vocês sabem. Voltei porque assistindo alguns vídeos e lendo alguns textos, resolvi fazer uma pequena retrospectiva do meu ano. 

Dessa vez quero lembrar meu ano através de algumas coisas que me emocionaram.

20/12/2012

Passará!


O mundo vai acabar de novo. Decida como!

Foi inspirado por Giovana (mais uma vez) e pelo Gabriel (de novo também) que resolvi escrever este texto. Foram os dois que me inspiraram a abrir e manter esse blog, aliás, devo dizer. Bem, dizem por aí que o mundo vai acabar amanhã. Mas esse assunto é tão velho e batido que com apenas pouco mais de duas décadas de vida, já presenciei alguns finais de mundo.

29/11/2012

Parábola da Paz

Quem tiver ouvidos, ouça...

Era uma vez um empregado. Mas não era um empregado qualquer. Era um empregado daqueles que mandam em outros empregados. E era um dos empregados preferidos do chefe. Discreto, seriíssimo, acima de todas as suspeitas – até prova em contrário.

Era uma vez um chefe. Era do tipo malandro, metido a esperto e não tinha qualquer respeito por seus clientes. Dizia que tinha, fingia que tinha, mas estava mais interessado em si mesmo. Aumentar seu poder, multiplicar seus lucros, tornar-se imbatível, este era seu objetivo.

10/10/2012

A carta

Atravessa o salão lotado e entrega nas suas mãos. Pede desculpas por eventuais erros de português. Aí você abre a carta:

(...) eu peço a ajuda de vocês para que essas diferenças acabem e que nossos jovens e adolescentes possam sair de casa sem medo de serem agredidos ou extorquidos.

22/08/2012

Tratado em Defesa do Sonho

Eu acho que a questão do sonho é que nos mantém vivos, 
eu acho que não existe vida sem esperança e a 
esperança tem essa versão do sonho, porque você imaginar 
e agir somente em função do possível, 
eu acho terrivelmente chato.
Betinho

No último mês, precisamente no dia 11 de julho, mais precisamente em um seminário promovido pelo Alto Comissariado da ONU, ouvi uma sentença que costuma me irritar. Foi assim: depois de eu fazer uma breve explanação sobre o tema do dia, insistindo incisivamente em um compromisso global para compartilhamento das responsabilidades na promoção dos Direitos Humanos mais básicos (tal como alimentação) nos países sem capacidade técnica/financeira/pessoal para fazê-lo, veio a maldita sentença. Mais ou menos desse modo: "Que lindo", um sorriso. "Que bom se todos pensassem assim". Sorriso amável. "Precisamos de sonhadores". Um risinho esganiçado. "Agora vamos voltar ao mundo real". Ponto.